SINTE-SC realiza Ato pela valorização do Magistério e contra reforma da previdência

Ontem, (12), foi um dia de intensa atividade para o SINTE-SC. Pela manhã, a direção estadual, junto a várias lideranças regionais da entidade, realizaram um ato/protesto, na Assembleia Legislativa – ALESC, na capital. O manifesto é contra o projeto enviado pelo Governador Moisés para a casa legislativa, que reforma a previdência dos servidores públicos de SC, atingindo fortemente o magistério. A intenção agora é pressionar os Deputados para que não aprovem a reforma. A posição do SINTE-SC, e as falas das lideranças foram unânimes para reafirmar, é REFORMA NÃO, pois não aceitaremos emendas a esse projeto nefasto, que deve ser votado após o recesso parlamentar, no mês de fevereiro.

Para o magistério os quatro piores pontos da reforma do Moisés são: Aumenta em 15 anos o tempo de contribuição das professoras para terem acesso ao benefício integral, reduz o valor dos benefícios ao considerar 100% da média no cálculo, as pensões serão reduzidas em até 50%, a depender do valor do benefício e cria alíquotas extras em caso de déficit previdenciário incidindo a partir de um salário mínimo. Além de muitas outras perdas de direitos dos(as) trabalhadores(as) em educação e servidores públicos em geral.

Durante o ato, parlamentares estavam em reunião na Comissão de Finanças e Tributação, o plenário já estava lotado e não foi possível a entrada, mesmo assim, com faixas de denúncia e palavras de ordem, os trabalhadores se concentram em frente a porta, mais uma forma de pressionar, protestar e reafirmar que o magistério não aceita a reforma, e que vai cobrar dos deputados que votarem contra os servidores.

As lideranças sindicais também denunciaram o não cumprimento da Lei do Piso Nacional pelo Governador, que não concedeu qualquer reajuste para a categoria, tão pouco, dialogou com o sindicato que representa mais de 60 mil docentes em SC. No protesto também teve marmitaço no hall de entrada da ALESC.

Audiência Pública Novo Ensino Médio

A tarde foi o momento da Audiência Pública, chamada pela Comissão de Educação da ALESC, que é presidida pela Deputada Luciane Carminatti, que tratou sobre a implementação do novo ensino médio em 120 das 713 escolas catarinenses já em 2020. 

Os professores que participaram da audiência pública manifestaram ceticismo e temor de aumento da evasão com o novo ensino médio apresentado pela Secretaria de Estado da Educação (SED), representada pela gerente de Ensino Médio e Profissional da SED, Maria Tereza Paulo Hermes Cobral.

Segundo a gerente, as escolas já escolhidas optaram por um dos três modelos a seguir: a) turno único de seis horas diárias, com um dia com sete horas e com almoço, ou de cinco horas semanais com um dia de dez horas; b) jornada de 35 horas-aula, com dois dias de tempo integral; c) tempo integral com 50 horas semanais, sendo quatro dias com 11 horas.

Reação dos Professores

A reação dos professores foi de desconforto. “Temos muitas dúvidas sobre o projeto, temos estudado e acompanhado os debates e a gente não percebe como será financiado”, alertou Luiz Carlos Vieira, coordenador estadual do SINTE-SC, o sindicato que representa os professores.

 “Sem política econômica decente tudo isso é ilusão. Em Itajaí tem um projeto de ensino integral com alunos pobres, mas as famílias precisam que trabalhem. A quantidade de alunos diminuiu e de duas turmas de 30, estamos terminando com uma de 20 alunos”, relatou Tiago Mazzetti, professor de Sociologia em Itajaí.

“Nossa preocupação com a evasão só aumenta, falta material, há dez anos não recebemos material de educação física, falta política pública para os alunos, nossos alunos da noite vêm direto do trabalho, sem comer, agora que começam 18h45”, ponderou a professora de educação física Katiane Golin, de Maravilha.

“E os alunos que trabalham? Aumentou carga horária, maravilhoso, mas onde eles vão estudar? Esses jovens que estão trabalhando, para onde vão, para o Ceja? Não vejo inclusão. A escola Dom Jaime, no Sul da Ilha, na capital, virou piada, só o filho da diretora não saiu. Quem vai dar aulas para o ensino noturno?, questionou o professor Ricardo Cunha, de São José.

“Existem muitas incertezas, teremos três mil horas, sendo que 1,8 mil vão ser da base comum, que hoje é 2,4 mil horas, então vamos ter uma diminuição de tempo. E a composição dos temas nos itinerários informativos não vão contemplar todos os professores. Sou professora de Filosofia, vou dar uma aula no primeiro ano do ensino, mas não sabemos qual a matriz dos segundos e terceiros anos”, argumentou a professora Cássia Regina da Costa, que é secretária de assuntos educacionais e culturais do SINTE-SC.

Confira o vídeo da live feita pelo SINTE e assista todas as manifestações dos professores, bem como, as explicações da SED: https://www.facebook.com/unidospelaeducacao/videos/2423908054388209/

https://www.facebook.com/unidospelaeducacao/videos/583787965708319/

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