As dirigentes estaduais do SINTE-SC Ilone Moriggi (Vice Coordenadora), Cassia Costa (Secretária de Políticas Educacionais e Culturais), Elivane Secchi (Secretária de Políticas Sociais), Vera Lucia Freitas (Secretária de Organização), Marlusa Klarklis (Secretária dos Aposentados e Assuntos Previdenciários) e Luzia Alberton (Secretária de Saúde dos Trabalhadores em Educação), estão representando as mulheres trabalhadoras em educação de SC, no encontro da Rede de Mulheres Trabalhadoras em Educação da América Latina se encontra reunida em Curitiba (PR).
Essa atividade é realizada pela Internacional da Educação para América Latina (IEAL) com apoio e participação das entidades brasileiras afiliadas. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e o PROIFES (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) estão presentes com uma delegação muito representativa de 172 companheiras e companheiros de 28 sindicatos, que se somam a outros 157 participantes de 17 organizações de 12 países: Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Honduras, Panamá e República Dominicana.
O painel de análise de conjuntura “Mulheres e seu papel politico na América Latina” apresentado pela Secretária de Relações Internacionais da CONADU, Yamile Socolovsky,
chamou a atenção para as lutas e os desafios das mulheres militantes. “A política global na América Latina sempre se caracterizou como uma situação de assédio ideológico à nossa
democracia”, disse Yamile. Ela lembrou que a luta das mulheres pelos espaços de poder se desenvolveu em condições sumamente adversas, especialmente ao longo da década de 90, quando se consolidou o programa político, econômico e cultural impulsionado pelos setores dominantes na América Latina. “Isso gerou um cenário de sucateamento do Estado e do bem-estar social, perda de direitos e a deterioração das condições de vida.”, pontuou.
Para Yamile, até a década de 90, se associava o sindicalismo à corrupção, reproduzindo desigualdades e fortalecendo a capacidade do Estado através da legislação e políticas públicas distorcidas. Mas ao mesmo, foi nesse cenário que se produziu resistência naquela década. “É importante levar em conta que abrimos caminhos para a chegada ao poder de governos do campo popular. Fomos resistência, mas as resistências, normalmente, ficam invisíveis.”, completou.
Para a palestrante, a mobilização feminina tem avançado com potência e atravessa todas as organizações, com possibilidade de avanços ainda maiores mesmo nos governos populares. Por outro lado, é uma resposta às violências patriarcal e de gênero que volta a crescer na sociedade, especialmente no último período.
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Com essa compreensão de que a disputa de espaço é incessante, ela apontou a necessidade de que as mulheres pensem em novas formas de fazer política, ou seja, numa construção coletiva popular, massiva, jovem e, sempre, anti-neoliberal. Na perspectiva sindical ela acredita que o maior desafio é pensar e elaborar como nossas organizações podem incorporar o tema de gênero e empoderamento feminino em todas as frentes de atuação dos sindicatos. “A política é uma ferramenta de transformação social e as classes dominantes são contra essa ferramenta de acesso aos espaços de poder. O que acontece na América Latina é uma ação concreta de perseguição. Novamente tenta-se associar os Sindicatos à corrupção, em termos ideológicos, como vemos na Bolívia, no Chile e Colômbia, onde houve assassinatos e prisões políticas e ataques à juventude das periferias.”, concluiu.