Sinte-SC denuncia: Governo de SC investiu MENOS na Educação Básica em 2023
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Santa Catarina (Sinte-SC) chama atenção para uma preocupante discrepância nas finanças públicas do estado. Conforme dados do Portal da Transparência do Poder Executivo Estadual, em 2023, houve uma redução aproximada de R$ 520 milhões nos investimentos em educação básica, em comparação com o ano anterior. Ao mesmo tempo, a arrecadação estadual registrou aumento significativo, na ordem de R$ 3 bilhões, sem que este acréscimo tenha sido direcionado à Secretaria de Estado da Educação.
Evandro Accadrolli, coordenador estadual do Sinte-SC, expressa a frustração da comunidade educacional: “Esses dados comprovam que a educação, um setor primordial para o desenvolvimento social e econômico, foi negligenciada em 2023. É desalentador ver que, apesar das promessas eleitorais de valorização da educação, observamos uma realidade contrária.”
“Sem desculpa e com dívida”
O sindicato também destaca a incoerência nas justificativas do governo estadual. “O governador passou o ano alegando falta de caixa para se justificar, mas os resultados consolidados de 2023 mostram que ele começa este ano sem contar com essa desculpa e com uma dívida urgente a ser reparada com a educação catarinense”, aponta Accadrolli.
Entre as principais reivindicações do sindicato está a reestruturação da tabela salarial do magistério, considerada a pior do país segundo um levantamento nacional de 2022. Além disso, o Sinte-SC enfatiza a necessidade do concurso público, prometido em setembro do ano passado, para diminuir a alta proporção de professores ACTs, que atualmente representam 65% do corpo docente.
A melhoria da infraestrutura escolar também é uma demanda urgente. “O próprio governo admitiu que as cerca de mil escolas da rede precisam de algum reparo, mas não houve obras entregues até agora e as escolas abandonadas nesse período de férias mostram que vamos iniciar um novo ano letivo em situação igual ou pior”, lamenta o coordenador.
“Não podemos permitir que o governo ignore este aumento substancial na arrecadação sem responsabilizá-lo pela falta de investimento em uma educação pública de qualidade em Santa Catarina. Cada centavo deve ser reposto e vamos cobrar isso ao longo de todo este ano de 2024”, finaliza.