O SINTE-SC solicitou reunião com a Secretaria de Educação, com o objetivo de discutir o documento de orientações sobre avaliação da aprendizagem do regime especial de atividades escolares não presenciais, que foi implementada na rede estadual, no início da pandemia. O SINTE-SC, depois de receber inúmeros questionamentos e discutido em várias reuniões virtuais com suas Regionais, reafirmou à Diretoria de Ensino da SED que defende os princípios de acesso e do direito à aprendizagem, a todos os estudantes da rede estadual.
Além disso, cobrou da Gerência de Ensino que o processo de avaliação não pode ser injusto e punitivo àqueles que não tiveram o aproveitamento ou acesso às atividades não presenciais, para que recebam oportunidade de recuperação, principalmente, os estudantes que estão matriculados no ano final do ensino fundamental e no 3º do ensino médio. O SINTE-SC cobrou, ainda, o direito de um segundo professor, a todos os estudantes PCDs da rede, onde o governo do Estado tem negligenciado a contratação desses profissionais, para o acompanhamento e o auxílio pedagógico necessários.
Os representantes da SED voltaram a reafirmar os pontos principais do documento de orientação, que declara que a avaliação deve ser diagnóstica, intervencionista e deve ocorrer o replanejamento, quando não for eficiente. Além disso, que ela tem o caráter processual, contínuo e inclusivo. Nesse momento excepcional, a aprendizagem extrapola o ambiente escolar e que todas as desigualdades e lacunas deverão ser recuperadas, nos próximos anos.
Por isso, as diretrizes avaliativas, como a organização semestral, o conselho de classe, a recuperação paralela, as estratégias diferenciadas para o acesso ensino-aprendizagem, devem direcionar a avaliação em todas as etapas da educação básica. O conselho de classe deverá ser um momento coletivo de avaliar o todo, ou seja, o acesso, o aproveitamento total ou parcial de todas as medidas adotadas pela escola, no sentido de permitir que todas as oportunidades sejam oferecidas, para que o estudante possa ter o seu aproveitamento. Além disso, deve ser a oportunidade de identificar os problemas ocorridos, durante esse processo de ensino aprendizagem com atividades não presenciais, e reavaliar as estratégias utilizadas.
O conselho de classe não deve apontar somente as dificuldades dos estudantes, mas também as dificuldades coletivas enfrentadas na unidade escolar. Por isso mesmo, todos devem agir de forma coletiva, apontando, gerando e armazenando os dados, para que possam ser utilizados e analisados nos anos subsequentes. Para que isso ocorra, os professores devem reconhecer as condições das diversas situações geradas pelo processo de aulas online.
Em razão disso, a orientação é para não fecharem as notas do primeiro semestre àqueles que não conseguiram alcançar a média 6.0. Só assim, todos terão a oportunidade de se sentirem incluídos, com novas estratégias de busca ativa e novos instrumentos para recuperarem e validarem o ano letivo. Os conselhos de classe deverão ser encerrados até 18 de setembro, o que irá gerar um diagnóstico abrangente, para revelar a real situação das escolas estaduais de Santa Catarina, no que diz respeito ao processo de ensino-aprendizagem, nesse período excepcional, apontando caminhos que deverão ser construídos para o segundo semestre. Nesse sentido, o diagnóstico deve ser realista e inclusivo, garantindo a melhoria da realidade, sem criar falsa impressão de aprendizagem dos estudantes da rede estadual.
A SED também apontou que, no momento que as autoridades sanitárias indicarem a possibilidade de volta às aulas presenciais, será implantado, na rede estadual, um projeto de apoio pedagógico adicional e facultativo, para todos os estudantes que não tiveram aproveitamento satisfatório, no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, serão contratados outros professores, por área de conhecimento, nessa atividade de recuperação, com o objetivo de não sobrecarregar aqueles que já estão trabalhando com as atividades não presenciais.
O SINTE-SC defende a implementação de suporte pedagógico, aos trabalhadores e trabalhadoras de educação, junto com a inclusão de todos os estudantes nas oportunidades de recuperação dos conhecimentos. Defendemos prioridade à saúde e à vida, com diálogo e respeito à comunidade escolar catarinense, por mais extrema e atípica que seja a situação do universo educacional.