Saúde metal, problemas osteomusculares e doenças do sistema digestivo são os problemas de saúde que mais afetaram os trabalhadores da Educação catarinense em 2022. Foi o que revelou a 3ª Pesquisa Sobre a Saúde dos/as Trabalhadores/as da Educação em Santa Catarina, realizada pelo Sinte/SC.
De acordo com a pesquisa, 65,7% dos entrevistados disseram ter enfrentado algum problema de saúde mental, como depressão, bornout, TDAH, ideação suicida e crises de ansiedade, dentre outros; 56,6% relataram problemas osteomusculares, como dores na coluna, joelhos e DORT, por exemplo; e 33,6% apontaram ter sofrido com doenças do sistema digestivo.
Em comparação com os levantamentos anteriores, realizadas em 2020 e 2021, na terceira edição cresceu significativamente a quantidade de pessoas que apontaram ter problemas relacionadas com a saúde mental. “A pesquisa apontou que há uma tendência em piorar a situação de saúde dos docentes com o passar do tempo”, avalia a secretária de Saúde dos Trabalhadores em Educação do sindicato, Katiane Weschenfelder Golin.
Ainda sobre a temática saúde mental, outro dado alarmante: 27,6% dos respondentes apontaram já ter tido ideação suicida. “Possivelmente, a soma da tendência de agravamento da situação geral de saúde, tendo a saúde mental como o principal problema, chama a atenção e exige medidas urgentes, aprofundadas e contínuas para evitar o alastramento desta sensação de desesperança da categoria”, afirma Katiane.
Além disso, mais de um quarto da categoria se considera afetado por doenças crônicas e cresce o índice – já elevado – de docentes que recorrem ao uso de medicamentos contínuos. Para conferir todos os dados da pesquisa, acesse o levantamento completo no site sinte-sc.org.br.
OUTROS DADOS RELEVANTES | No comparativo entre as três edições da pesquisa, em 2022 os respondentes relataram queda nos níveis de ansiedade (22%), esgotamento (22%), pressão 15%) e medo (11%); e crescimento nos sentimentos de culpa (10%) e satisfação (10%).
Mais da metade dos trabalhadores (54,4%) afirmaram já ter passado por algum problema de saúde que resultou no afastamento trabalho em 2022. Do total, 71,8% se afastaram pelo menos uma vez no período; e 19,5% chegaram aficar afastados por mais de 30 dias.
Um indicador muito impactante é o elevado percentual de docentes que afirmaram já ter ido trabalhar doentes: 83,3%, número que havia diminuído em 2021, mas voltou a crescer em 2022. Além disso, 51,6% disseram ter desenvolvido alguma doença em função do trabalho.
Nesta edição, pela primeira vez, o Sinte perguntou quantos trabalhadores se identificam com a categoria LGBTQIAPN+. Ao todo, 6% dos entrevistados disse pertencer ao grupo. Conhecer a quantidade de pessoas que pertencem a esta comunidade contribui para a realização de políticas de inclusão e combate à discriminação.
SOBRE A PESQUISA
Cerca de 1,3 mil responderam à terceira edição da pesquisa, que é desenvolvida pela Secretaria de Saúde dos Trabalhadores da Educação do Sinte/SC. “A quantidade de respostas é elevada, considerando as dificuldades de coleta desta modalidade de investigação e que as respostas foram voluntárias e orgânicas, o que demonstra a legitimidade do sindicato e o interesse dos docentes pelo tema da saúde”, completa Katiane.
SOBRE O SINTE
O Sinte/SC representa um universo de aproximadamente 72 mil trabalhadores(as) da Educação da rede estadual catarinense, sendo 44 mil na ativa (24 mil concursados e 20 mil ACTs) e, 28 mil aposentados. Deste universo, aproximadamente 71% são mulheres, de diferentes idades e regiões.
Escrita por: Nubia Garcia