O Governo do Estado de Santa Catarina convocou 152 técnicos das diversas GEREDs e SED, para um seminário de Planejamento e Gestão da Educação, coordenado pelo Instituto Alfa e Beto, empresa privada contratada pela SED/SC e que já presta os mesmos serviços para a Secretaria Municipal do Rio de Janeiro.
O SINTE teve acesso ao material didático utilizado no curso, bem como, as informações sobre o evento através de profissionais que dele participaram, e enviaram via email ao sindicato. Segundo nossa observação, o Governo pretende ou já comprou um pacote de formação educacional para o magistério catarinense da referida empresa.
Em uma das apostilas, o título é “A Escola de Qualidade para Todos”, que aborda uma melhor construção na estrutura dos sistemas educacionais com suas despesas, instalações, tempo letivo, professores, clima e gestão escolares, alocação da matrícula e espaço e a formação de turmas, são assuntos recorrentes da luta histórica entre SINTE e Governo por uma educação de qualidade, e há muito tempo já vem sendo debatida pela categoria.
O que nós deixa apreensivos e preocupados é o conteúdo repassado às GEREDs e SED sob o título de “Remuneração por desempenho: uma saída estratégica?”, pois de acordo com o relatos de participantes, o Sr. João Batista Araújo e Oliveira (Instituto Alfa e Beto) só falava de certificação, desempenho, índices e metas, objetivos típicos de um modelo meritocrático o qual o SINTE tem profunda discordância e muitas objeções. Para o sindicato a única avaliação que realmente dará conta do recado é a Avaliação Institucional onde não apenas os/as profissionais que atuam na escola serão avaliados/as, mas sim todos/as e de todas as instâncias ligadas à educação inclusive as famílias, a SED e o próprio governo.
Questionamos também a contratação de uma empresa privada para aplicar o curso uma tendo em vista que contamos com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina e a UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), que se encontram entre as Universidades de melhor qualidade do país, e com certeza poderiam realizar um excelente estudo a respeito, e propor um modelo de planejamento e gestão bem mais eficiente, uma vez que formam os/as profissionais que atuam na área e conhecem a realidade do estado. Lembrando ainda, que há alguns anos isto já foi feito pela Prefeitura de Florianópolis com um êxito extraordinário, no entanto, parece que propostas coerentes e eficazes não são levadas em conta pelos gestores do estado e de muitos municípios.
A impressão que fica é a de que o governo não acredita nas nossas instituições de ensino superior e na capacidade técnica dos nossos profissionais da educação, ou simplesmente está com verba sobrando para aplicar contratando empresas privadas ou então segue o ditado popular que “Santo de casa não faz milagre”.
Para o Governo, deixar para a iniciativa privada as questões da educação pública já está se tornando rotina. Exemplos disso são a campanha da RBS “a educação precisa de respostas” e a FIESC que está conclamando através de seu presidente Glauco José Côrte, o engajamento do empresariado na discussão de propostas para a educação, e tem a intenção de criar uma escola modelo que sirva de referência para a educação pública.
O SINTE não discorda de como é importante a participação ativa de todos os setores da sociedade no debate e a busca de soluções par a educação, porém ressalta que, a Constituição Federal em seu Art. 205 estabelece claramente que a “educação”, direito de todos é dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade”, portanto a União, os Estados e Municípios é que devem tomar a iniciativa de discutir a educação, e é seu dever e obrigação oferecer uma escola pública de qualidade para todos.
Contatos:
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(48)9931-1960 (48)9178-9477
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Jornalista Profissional
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