EEB Lauro Müller: Assembleia da comunidade escolar diz não ao fechamento

A forma arbitrária do anúncio dado no último dia 23 pela secretaria de educação, de que a EBB Lauro Müller seria fechada, inclusive suspendendo a eleição da escolha do plano de gestão, que seria realizado no dia 24, surpreendeu a comunidade escolar e causou grande indignação.

Para discutir o que fazer diante de mais essa ofensiva contra a educação pública, foi realizado ontem, 25, uma assembleia de professores, estudantes e pais, também com a presença do SINTE Estadual e Regional Florianópolis, vereadores e o coordenador regional de educação da SED Vitor Balthazar, que confirmou o fechamento usando outra palavra: “descontinuar” a escola. A comunidade escolar foi unânime na decisão de não aceitar o fechamento e lutar pela continuidade da escola histórica e centenária, que atualmente atende quase 400 estudantes.

O governo alega que a solicitação partiu do Ministério Público de SC, que para reformar e restaurar a escola seria necessária a retirada dos estudantes e a transferência dos trabalhadores em educação do local, fala desmentida pelo MPSC em nota publicada nesta quinta-feira (24), onde afirma que em nenhum momento pediu o fechamento da instituição, somente recomendou a reforma. O SINTE-SC afirmou que em nenhuma escola reformada no estado de SC foi necessária a transferência total dos estudantes e trabalhadores para outras unidades, e que na própria EEB Lauro Müller, na ocasião de outras reformas, na época com cerca de mil estudantes, isso não ocorreu.

Por ser tombado pelo patrimônio histórico a obra deve custar em torno de R$ 5 milhões, valores que o governo diz não ter para ser investido, apesar do grande crescimento da arrecadação este ano, e pode demorar até 4 anos para ficar pronta. Porém, em momento algum o coordenador de educação afirmou que o processo licitatório para a restauração e reforma está em andamento, ou mesmo confirmou a intencionalidade desta reforma para a comunidade escolar presente na assembleia. Podemos concluir que a escola não será mais reaberta, a exemplo de outras escolas do centro da cidade como a Antonieta de Barros e Silveira de Souza.

O SINTE-SC está ajudando na mobilização contra o fechamento de escolas, uma política que vem sendo adotada pelos últimos governos em Santa Catarina, que já fecharam outras escolas no estado. Atualmente não é diferente, pois além do Lauro Müller, na região de Criciúma, três escolas estão sendo ameaçadas. A educação não é prioridade para o Governo do Estado de SC, que segue o modelo federal de cortes, contingenciamento e sucateamento da escola pública, com vistas a privatização. Em Florianópolis cabe ressaltar as investidas do mercado imobiliário, que certamente tem muito interesse nos prédios centrais da capital.

A comunidade escolar está muito unida e quer a reforma da escola, entretanto, com ela aberta, e deliberou que não vai aceitar o fechamento e fará a luta. Foi criada uma comissão de professores, pais, estudantes e sindicato, que vai tratar das próximas mobilizações junto a secretaria de educação, do Ministério Público e se necessário irá até o Governador para impedir que mais uma escola histórica tenha suas portas fechadas.

 

 

 

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