Somos o povo negro desta terra, que trouxe aqui suas histórias, que vivenciou nossos ancestrais serem dizimados, nossa gente escravizada! Esse dia 13 de maio não é dia de celebração, é dia de luta contra o racismo!
Marcado pela assinatura da Lei Áurea, lei que prometia a libertação dos negros e negras do nosso país, a Abolição da Escravatura não foi fruto da bondade de princesas e reis, foi resultado da mobilização dos nossos irmãos e irmãs negras que batalharam contra a escravidão.
133 anos da assinatura da abolição da escravatura, e nos perguntamos: Quem foi liberto? A frágil Lei de Abolição da Escravidão no Brasil trouxe a liberdade, mas não deu condições aos negros libertos de refazerem suas vidas. Os negros saíram da senzala e foram jogados nas favelas, sem condições de acesso à moradia digna, saúde, educação e emprego.
O resultado da Abolição sem reparação histórica é percebido até hoje na sociedade brasileira. A continuidade do genocídio do povo negro, como forma de contenção da população negra, é evidente. De acordo com pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a cada três assassinatos no Brasil, dois são contra negros, evidenciando a violência com que os homens e mulheres negras estão expostos. São os jovens negros a maioria das vítimas da violência no Brasil, uma demonstração da mira contra a reprodução humana que tenta exterminar os povos negros.
O racismo brasileiro também fica evidente no mercado de trabalho. Boletim especial do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de novembro de 2020, demonstrou que mulheres e homens negros sentiram um maior impacto com a recessão econômica oriunda da pandemia. Das 8 milhões de pessoas que perderam o emprego no primeiro semestre de 2020, 6,3 milhões eram negros e negras, um percentual de 71% do total.
As desigualdades raciais ficam escancaradas na pandemia. Sem acesso a atendimento de saúde, com empregos vulneráveis que não permitem o isolamento social, dados revelam que os negros e negras são a maioria das vítimas da Covid-19. Em reportagem especial da CNN que teve como base os boletins epidemiológicos, a constatação que se chegou é que morrem mais 40% de negros do que de brancos, devido as complicações da Covid-19.
Mais de 100 anos depois e ainda vivenciamos a profunda desigualdade entre brancos e negros no Brasil. Fruto de uma sociedade colonial que não age para reparar suas diferenças raciais e oportunizar condições de equidade para todo o seu povo. Neste combate a educação cumpre um importante papel através do conhecimento histórico e cultural dos povos africanos, por isso travamos uma luta forte pela implementação da Lei Federal 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história da África, dos africanos e suas contribuições civilizatórias no Brasil.
Neste dia 13 de maio os trabalhadores e trabalhadoras da educação pública estadual reforçam a importância da luta do povo negro e se soma no fronte em busca de uma sociedade igualitária, sem racismo, homofobia ou qualquer forma de discriminação!
Essa luta também é nossa!