Descaso: Incêndio em escola de São José pode ter sido causado por curto circuito

Há anos o SINTE/SC vem denunciando que possíveis tragédias podem acontecer dentro das escolas do estado, vitimando alunos/as e trabalhadores/as em educação. O incêndio ocorrido na Escola Estadual de Educação Básica Bela Vista em São José, que destruiu duas salas de aula, uma biblioteca, um laboratório de química, uma sala de descanso, (descanso de quem) e um depósito, não é diferente, já que no caso de confirmação do curto circuito no teto, fica admitida a precariedade da fiação elétrica, problema recorrente nas escolas do Estado, já relatado inclusive por laudos de Bombeiros e Ministério Público.

Estamos aqui falando em vidas humanas, pois cerca de 50 alunos estavam em aula e por sorte ninguém se feriu, mas até quando precisaremos contar com a sorte?? Ano passado uma escola desabou em Palhoça, outra também pegou fogo. Parece que estamos em contagem regressiva para o anúncio de um grave acidente.

Entretanto, em entrevista às rádios e jornais o Secretário de Educação Eduardo Dechamps afirmou que as aulas estão iniciando sem grandes transtornos com falta de professores, atraso em algumas obras e que o número de escolas interditadas diminuiu de 40 em 2014 para 8 em 2015, sendo que quatro delas são da Grande Florianópolis.

Para o secretário estes números estão dentro da normalidade, para alunos/as e professores/as a normalidade só existe quando o ano inicia com todas as unidades escolares funcionado sem interdição, com o quadro de funcionários/as completo, laboratórios, bibliotecas abertos e salas informatizadas com os computadores e acesso à internet funcionando perfeitamente.

Mas como podemos ver, esta não é a realidade de nossas escolas, os velhos problemas se repetem e o governo anuncia a implementação dos diários online e grande parte das escolas não oferece espaço, conexão de rede online ou o equipamento necessário e adequado para que a tarefa possa ser cumprida a contento.

Nossa indignação é grande e se deve ao fato que a todo início de ano as mazelas são as mesmas: escolas desabam, pegam fogo, são interditadas por problemas estruturais, colocando em risco a integridade física dos profissionais e alunos que as frequentam, demonstrando claramente o descompromisso do governo para com a educação pública.

O SINTE/SC já denunciou e continua denunciando a situação ao Ministério Público, já solicitou ao Corpo de Bombeiros e a vigilância sanitária laudo técnico sobre as condições físicas e sanitárias de funcionamento das escolas e até hoje não recebemos resposta, e o silêncio do Corpo de Bombeiros a respeito do incêndio é sintomático. Acreditamos que o mais provável é que a maioria delas não possui alvará de funcionamento. Esta denúncia sobre a precariedade das unidades escolares foi comprovada pelo relatório feito pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) que apontou inúmeras irregularidades.

 

Foto: Charles Guerra/ Agência RBS
Foto: Charles Guerra/ Agência RBS

 

Foto Murilo Bernardo/ Divulgação ND
Foto Murilo Bernardo/ Divulgação ND

 

Foto Vanderson Martins
Foto Vanderson Martins

 

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