Ato em defesa da escola e da luta de Antonieta de Barros

Na tarde da última segunda-feira, (12/7), professores, servidores públicos, sindicalistas e ativistas pela educação se reuniram em frente à Assembleia Legislativa em um ato pela reforma da escola Antonieta de Barros, a atividade aconteceu um dia depois em que é celebrado o aniversário de nascimento da professora Antonieta. A escola que fica localizada no centro de Florianópolis, se encontra há tempos em estado de abandono, dando lugar à poeira ao invés da educação. 

O professor Márcio de Souza, Secretaria de Igualdade Racial e Combate ao Racismo do Sinte/SC destacou a importância de Antonieta de Barros na luta pela educação pública e de qualidade. “Trazemos à lembrança, a memória histórica da dona Antonieta de Barros como pessoa que militou intensamente, dedicou a vida em prol da educação pública e de qualidade. Dona Antonieta, como assim chamamos carinhosamente, a professora, primeira deputada mulher e negra do Brasil, tinha uma visão estratégica do papel da educação e especialmente o papel do serviço público que hoje é um debate que se coloca como necessidade e preocupação de toda a população”.

Segundo o professor, projetos que estão no Congresso Nacional, nas Câmaras de Vereadores, na Assembleia Legislativa objetivam fundamentalmente diminuir a importância do serviço público. Estão destinados também a desestruturar as carreiras no magistério, no serviço público, que são atrativos para que as pessoas mais qualificadas, mais estudiosas venham a ser advogados, médicos, professores, dentistas, escriturários, policiais, enfermeiros em uma estrutura de serviço público e em outras categorias importantes que atuam neste espaço. 

“Como dizia a professora Antonieta, o estado deve oferecer as melhores qualificações para fazer com que a vida da sociedade se desenvolva de maneira mais igualitária possível, corrigindo as desigualdades sociais. A professora Antonieta representa não só a questão da educação, ela representa exatamente a dimensão, a percepção mais exata e antecipada da importância da estratégia do serviço público, por isso nossa homenagem à ela”, salienta Márcio.

Velma Terezinha Adão, da Fundação Catarinense de Educação Especial – FCEE, destacou que existem diversas escolas abandonadas pelo governo. “As escolas fechadas na Grande Florianópolis são 15 na totalidade. Entre elas estão a Escola Dayse Werner Salles, a Escola Básica Celso Ramos, a Otília Cruz e a Antonieta de Barros. Essas escolas estão obrigando as crianças e as famílias a empurrarem os estudantes para outros espaços, porque as escolas fechadas estão dentro da própria comunidade, dos bairros”, explica a educadora.

Ainda segundo Velma, fechar as escolas públicas, como a Antonieta de Barros, é tirar da sociedade, da comunidade o maior patrimônio que é a educação, porque segundo a educadora, só a educação liberta, empodera e só a educação vai fazer que o sujeito seja sujeito de si mesmo. “Fechar as escolas é uma estratégia deste desgoverno de fazer com que toda população, se tornem mais precarizadas ainda porque não têm acesso à educação", explica Velma.

A exemplo de Antonieta, o Sinte/SC segue em luta para que seja feita a reforma da escola Antonieta de Barros, bem como a reforma e abertura de todas as outras 15 escolas desativadas na Grande Florianópolis. Porque educação é a melhor herança que uma nação pode deixar para seu povo.

Foto: Ângela Reck

Texto: Ana Laura Baldo

 

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