Sinte participa de lançamento da cartilha “Como se defender das censuras ao debate de gênero, sexualidade e raça nas escolas”

 

Sinte participa de lançamento da cartilha “Como se defender das censuras ao debate de gênero, sexualidade e raça nas escolas”

Nesta quinta (20/10), o Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina – Sinte/SC, participou do lançamento da cartilha “Como se defender das censuras ao debate de gênero, sexualidade e raça nas escolas”, produzida pelo Portal Catarinas, veículo de comunicação com perspectiva de gênero.

A cartilha foi uma iniciativa do Portal Catarinas em uma parceria com o Synergía – Iniciativas para os Direitos Humanos. “A ideia foi produzir um trabalho relacionado ao tema dos direitos humanos, com foco nas ameaças que vários profissionais vêm sofrendo neste período por conta da política no Brasil. Neste caso trabalhamos com o tema da educação, tendo em vista que vários professores e professoras vêm sendo vítimas de perseguição política dentro das salas de aulas”, destaca Paula Guimarães do Portal Catarinas.

Segundo ela, o projeto é maior que a cartilha. "Produzimos reportagens e um vídeo alusivo à cartilha, como forma de agregar ainda mais o debate sobre gênero, sexualidade e raça nas escolas”, finaliza Paula.

Luiz Carlos Vieira, Secretário de Assuntos Educacionais do Sinte, destacou a presença da professora Marlene De Fáveri, uma das mulheres precursoras na luta pela implementação do debate sobre gênero nas escolas. "Acompanhamos nos últimos anos diversos ataques aos trabalhadores da educação. Mas é preciso lembrar que essas violências atingem também toda comunidade escolar. O debate sobre gênero nas escolas é extremamente importante na luta pela desconstrução da cultura machista e contra a violência a todos os trabalhadores que defendem a democracia e os direitos humanos. Lembro da professora Marlene De Fáveri, pois ela foi uma das primeiras profissionais da educação a ser perseguida por levantar o debate sobre gênero dentro da sala de aula”.

Conforme Vieira, infelizmente esses ataques muitas vezes são orquestrados por parlamentares da própria Assembleia Legislativa, que incentivam seus eleitores a atacarem os trabalhadores que lutam por uma educação inclusiva, feminista e democratica. “É muito preocupante o fato de que professores estão perdendo seus empregos por expressarem sua posição em defesa dos direitos humanos. Nós do Sinte/SC recebemos inúmeras denúncias de ataques a trabalhadores da educação e seguimos atentos a esses chamados, para assegurar os direitos da categoria”, finaliza o secretário.

Gênero nas escolas SIM!

A professora Marlene De Fáveri, Doutora em História pela UFSC, feminista e autora de diversos livros, explicou que o debate sobre gênero nas escola é extremamente importante na construção de uma sociedade que respeite os direitos humanos. “O debate sobre o uso da categoria gênero e os temas de sexualidade, educação, raça e violências nas escolas muda diretamente as relações sociais. Isso acontece porque as violências são incontingentes, elas acontecem todos os dias, em todos os lugares e nós precisamos dar conta de como lidar com elas”, explica a doutora.

Para Marlene, a cartilha apresentada pelo Portal Catarinas é uma ferramenta que deve ser usada pelos trabalhadores em educação, e pela sociedade como forma de defesa dos debates sobre gênero, raça e sexualidade nas escolas. “Só com uma educação onde os currículos contenham essas temáticas e que criem a possibilidade de que alunos e alunas, desde a infância até a educação profissional, possam se ver como pessoas do direito, somente assim vamos conseguir vencer as violências e perseguições”, finaliza Marlene.

A cartilha

A cartilha está disponível de forma gratuita e online no site do Sinte/SC e do Portal Catarinas

O Sinte reitera a luta das mulheres e dos trabalhadores e trabalhadoras da educação, sempre em defesa da categoria, em especial nesse momento dos trabalhadores perseguidos politicamente. Não compactuamos com a “Lei da Mordaça” e lutamos para que a democracia e os direitos humanos prevaleçam sempre na educação.

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