SINTE-SC defende: Sem vacina para trabalhadores/as em educação e sem estrutura nas escolas, não tem aula presencial

“Ao ver os avanços positivos em relação à vacinação, acreditamos que os docentes e o pessoal de apoio à educação devem ser considerados grupo prioritário”, disse a chefe da Unesco, Audrey Azoulay, em mensagem conjunta em vídeo com o diretor da Organização de Docentes da Internacional da Educação (IE), David Edwards.

Final de ano é sempre a mesma história: o governo do Estado, seja qual for, sempre ‘presenteia’ os trabalhadores e trabalhadoras em educação com algum “cavalo de Tróia”. Em 2020, não está sendo diferente: tão logo decretou a retomada das aulas presenciais para 18 de fevereiro, com planejamento pedagógico, a partir do dia 3 de fevereiro, o governo de Santa Catarina anunciou a vacinação contra Covid-19, seguindo a norma do governo federal, que colocou os professores na quarta etapa de vacinação, última antes da população em geral, o que deve acontecer na metade de 2021.

O próprio Ministério da Educação havia firmado compromisso, com o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais, para incluir professoras e professores na segunda etapa de vacinação. Simplesmente descumpriu, sem sequer justificar a irresponsabilidade. Ao que parece, o governo do Estado obedece, impensadamente, a mesma linha, ignorando que terá de assumir as graves consequências.

Com mais essa imposição, o governo de Santa Catarina ameaça colocar em risco as vidas de trabalhadoras e trabalhadores em educação, estudantes e familiares. Diante da grave irresponsabilidade governamental, o SINTE-SC defende que, sem vacina para trabalhadores/as em educação, não tem aula presencial. Trata-se da decisão mais lúcida que caberia ao governo assumir, em plena pandemia.

Destacamos, também, que, durante todo este tempo que estivemos em atividades remotas, as escolas não receberam os materiais, nem reformas, ou reestruturações mínimas em seus espaços, imprescindíveis para que os protocolos sanitários, presentes nos planos de contingência, sejam colocados em prática. Não seremos coniventes com medidas absurdas e inconsequentes.

Continuaremos a luta para a preservação da vida dos trabalhadores/as em educação, bem como de toda a comunidade escolar. Reiteramos que, em nenhum momento deste período, os/as trabalhadores/as em educação se negaram em desenvolver suas atividades, pelo contrário, fizeram com muito esmero, inclusive, usando materiais e equipamentos próprios, sem nenhum tipo de ajuda de custo do governo. Não podemos esquecer dos estudantes, que, pela impossibilidade de acesso aos meios tecnológicos, sofreram prejuízos, a serem recuperados, no processo de ensino-aprendizagem.
Bem diferente do que ouvimos, muitas vezes, de alguns setores da sociedade, que “professores/as não queriam ou não querem trabalhar”, a grande falácia desmorona, diante do que estamos fazendo, ao lutarmos pelo direito de nos mantermos vivos e com saúde. Com consciência da gravidade da pandemia, continuamos fazendo a nossa parte, hoje e sempre, esperando que o governo também faça a parte dele, a quem cabe a responsabilidade pela preservação da saúde e da vida dos/as trabalhadores/as em educação, estudantes e familiares.  No último mês, a média diária de vítimas de Covid-19 tem sido 43 mortes. A cada dia, são mais 43 famílias que choram suas perdas, às quais nos solidarizamos, e pela quais pedimos ao sr. governador que repense as medidas de risco que tem assumido.

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (Constituição Federal – Artigo 196)
Junto com o SINTE, na luta por vacinação antes da aula presencial, estão a Associação dos Professores do Paraná-Sindicato (APP-Sindicato) e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP). Inclusive, a presidente da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha, a deputada estadual Bebel (PT) de São Paulo, recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), “para garantir que os profissionais da educação sejam vacinados na primeira etapa da vacinação, juntamente com os profissionais da saúde e idosos”. “Idêntico pedido foi feito ao governo de São Paulo – relata a deputada Bebel -, porque o público-alvo prioritário estabelecido abrange trabalhadores na linha de frente de combate à COVID-19, indígenas e quilombolas e também a faixa etária acima de 60 anos. No entanto, excluiu os profissionais da educação, mas tem insistido com a tese de retorno das aulas presenciais, posição que a APEOESP tem se posicionado terminantemente contrária, até que ocorra um controle da pandemia do coronavírus”, destaca a líder sindical.

Diante da gravidade emergencial, o SINTE-SC exige que o governo do Estado reveja os planos de vacinação e retorno das aulas presenciais, para evitar “notas de pesar” que tem feito, durante a pandemia, em razão do falecimento de professores, vítimas de Coronavírus, em Santa Catarina. Para o SINTE-SC, todas as famílias catarinenses, que choram a perda de 4.652 vidas por Covid-19, merecem muito mais que “notas de pesar”. Todas as famílias merecem respeito e cuidado, priorizando a prevenção.

Sr. governador: Primeiro, vacina e reestruturação das escolas! Depois, aula presencial! Sem controle da pandemia, não existe escola segura! (Quem conhece a realidade das escolas sabe disso.)

SINTE-SC: Em defesa da saúde e da vida!

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