Cabe à SED valorizar o esforço da comunidade escolar durante o ensino remoto

No sexto mês de pandemia, quando Santa Catarina registra uma média diária de 25 mortes, em razão da Covid-19, a Secretaria de Estado da Educação anuncia preparação à reabertura das escolas, ignorando orientações de especialistas, que alertam sobre o perigo de contaminação.

O SINTE-SC, que participa do Comitê Estratégico de Retomada das Aulas Presenciais em Santa Catarina, sempre defendeu o ensino presencial, como fundamental à educação, capaz de promover equidade e igualdade de possibilidades. Por sua vez, a tecnologia deve ter um lugar para potencializar, não substituir, a atuação do magistério.

Diante da pandemia, o ensino remoto torna-se a única opção, já que não existe valor maior que a vida. O novo processo ampliou as desigualdades e os danos na educação, em Santa Catarina. Como se não bastassem todas as dificuldades enfrentadas pela comunidade escolar, muitos estudantes não estão incluídos nas aulas online, já que não dispõem de acesso às tecnologias, fator comum, também, entre muitos/as professores/as.

Precisamos nos manter atentos/as a todas as orientações emitidas pela SED, principalmente, no que tange ‘garantir condições de ensino e aprendizagem a todos/as os/as envolvidos/as’. Também, torna-se imprescindível sempre questionar o alcance de aprendizagem de cada estudante, para que a avaliação seja de fato “contínua e diagnóstica”, dentro do processo de formação. Cabe à Secretaria de Estado da Educação impedir qualquer injustiça a estudantes que não estão sendo assistidos em aulas remotas.

A priori, deve ser garantido o direito de todos os estudantes recuperarem as lacunas de aprendizagem que ocorrem nesse processo, além de ser imprescindível que se oportunize o acesso as tecnologias necessárias. Em meio a tantas incertezas, a SED precisa valorizar o esforço da comunidade escolar, mais ainda, durante o ensino remoto, já que as aulas online envolvem, além de professoras/es e estudantes, pais e mães que auxiliam nas atividades.

Entendemos que o momento atual não é seguro para o retorno às escolas, e também não pode ser motivo de uma avaliação, por parte da SED, que penalize os estudantes em condições desfavoráveis de aprendizagem, em razão do contexto social e familiar. É preciso atenção às necessidades de cada estudante, pois agora o momento é de acolher, incluir e motivar. Momento oportuno também para que o governo realize investimentos e adaptações necessárias as estruturas escolares, para que, quando o retorno for possível, todos possam estar em segurança.

Por tudo isso, o SINTE-SC defende bom senso e diálogo, e que a motivação de todas as medidas adotadas não seja outra, senão a proteção à vida e à saúde dos estudantes, professores/as e familiares.

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