Desde o mês de março, quando a pandemia avançou pelo Brasil, os/as trabalhadores em educação tiveram suas vidas completamente mudadas pela imposição, por parte do Governo do Estado, sem qualquer diálogo com a comunidade escolar, de uma nova modalidade de educação, o ensino não presencial, que obrigou professoras e professores de encarar grandes desafios que estão atingindo sua saúde física, mental e até mesmo sua privacidade. Da mesma forma, estudantes e pais também não estavam preparados.
A Secretaria instituiu recesso escolar de 27 a 31 de julho, apenas 5 dias, diante dos meses de exaustão dos profissionais da educação. O SINTE-SC já alertava sobre o adoecimento da categoria, que se confirma diante de tantos relatos de educadores que estão sentindo na pele a pressão.
Além de precisarem se reinventar para atender a demanda do trabalho remoto, encontram problemas de acesso, utilizam equipamento e internet próprias, tendo custos com isso, não possuem estruturas adequadas em suas casas para a realização das atividades, muitos foram obrigados a ceder seus números pessoais para criação de grupos de whatsapp, e a todo momento e a qualquer hora recebem dezenas de mensagens, precisam atuar em diversas plataformas virtuais para planejamento de aulas, envio de conteúdos aos alunos, controle de notas e frequência.
Tudo isso, vem determinando um aumento na jornada de trabalho diário, já que não são apenas as aulas, esses profissionais ainda precisam cuidar de suas casas e de seus familiares, a consequência deste acúmulo de funções é o adoecimento.
O SINTE-SC sempre lutou para que o recesso de julho fosse garantido, e seguirá na defesa da saúde dos trabalhadores. Ressaltamos que esse formato de trabalho que vem sendo exigido pela SED, até o final do ano, trará consequências educacionais e de saúde que podem ser irreversíveis.
Exigimos que o Governo crie algum mecanismo de regulamentação da jornada, através de ferramentas de limitação de horas de trabalho dentro das plataformas, que não aumentem a burocracia digital, as exigências desproporcionais diante do momento de crise que vivemos, não pratiquem assédio moral e pressão aos educadores.