O ‘Programa Escolas Cívico Militares’ foi derrotado por pais, alunos e professores no CEMAJOBA (EEB Profª Maria José Barbosa Vieira), na noite desta quinta-feira (17), em São José – Grande Florianópolis. A CRE (Coordenadoria Regional de Educação) teria iniciado a implementação deste projeto na escola, somente depois convocou pais e alunos para participar da Reunião de Consulta a Comunidade Escolar.
De acordo com o secretário de ACTs do SINTE-SC, Michel Flor, professores e professoras entraram em contato com o sindicato para que fosse feito um diálogo com a categoria sobre o que seria esse projeto.
“Esse projeto vem para tentar minar o modelo de escola pública inclusiva, que em vez de melhorar a qualidade de todo o sistema, cria-se uma armadilha ideológica, queimando a diversidade e a liberdade de cátedra. Ele também significa a exclusão social e o desmonte da educação pública de qualidade e gratuita”, considerou Michel Flor.
Segundo a secretária de Assuntos Educacionais e Culturais, Cássia Regina da Costa, a sociedade deve ficar atenta, pois o governo publicou o decreto de criação do programa com sua moldura básica, e ainda se sabe muito pouco como esse plano realmente funcionará, qual o seu escopo ou como será o financiamento.
“A atuação de militares da reserva na administração de escolas, pode interferir na área pedagógica, e sabemos o quanto os trabalhadores de educação preparam-se para enfrentar os desafios da escola, algo que não é comum para militares, a função é diferente e os desafios também. Diante de todas estas incertezas não me parece que este projeto deva ser imposto como tem sido feito, e sim discutido com a sociedade para que todos possamos medir as possíveis consequências para desenvolvimento da educação em seu todo”, explica Cássia.
Para o coordenador regional do SINTE de São José, Ricardo Cunha, a forma com que este projeto vem sendo implementado nas escolas de Santa Catarina é antidemocrática, sem diálogo com a comunidade escolar.
“Considero a derrota deste projeto como uma vitória da democracia. Esse modelo de escola contribui para a exclusão social pois diferencia, por meio dos investimentos, alunos das escolas regulares e das cívico militares. A solução não é a ideologia militar, mas sim os investimentos justos e necessários que o governo teria que fazer e não o faz”, explicou Cunha.