O Encontro de Educadores Indígenas, promovido pelo SINTE Regional de Ibirama em parceria com o Coletivo Estadual de Combate ao Racismo do SINTE/SC, aconteceu hoje (23), em José Boiteux, na Aldeia Lã Klãnõ. O principal objetivo do evento foi para debater os desafios, estrutura física e pedagógicas da educação indígena.
O coordenador estadual do SINTE/SC, professor Luiz Carlos Vieira, ressaltou que precisamos unificar e dar as mãos para garantir uma educação pública de qualidade para todos e todas. “Essa tem sido a luta do SINTE/SC, junto aos demais trabalhadores(as), não só aqui no estado, mas em todo o Brasil. É nosso dever fazer a defesa não só da educação, como também dos direitos de todos os povos”, afirmou.
A integrante do Núcleo de Educação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Santa Catarina), Juliana Adriano, afirmou que a principal tarefa é ver como os povos se envolvem na luta pela educação para todos os povos. A educação é transformadora, nisso entra de como estarmos juntos, porque se cada um lutar por uma pauta diferente, eles nos esmagam. A escola no campo, indígena e quilombola, por Lei, não pode ser fechada, apenas em caso da comunidade concordar, mas como não conhecemos a legislação, eles vêm aqui e fecham", pontuou.
O secretário de Formação Política e Sindical do SINTE/SC, Aldoir Kraemer, pontuou 10 motivos para manter a escola no campo, que as práticas pedagógicas devem levar em conta a valorização da história desses trabalhadores e sua forma de produção de vida, além de suas referências e valores de como cuidar da terra. “A escola do Campo deve estar adequada ao desenvolvimento da vida daquelas pessoas que vivem lá. “Para que a nossa luta cresça, estamos lançando a campanha ‘Escola é Vida na Comunidade’”, disse.
O secretário de Relações Étnicos Raciais do SINTE/SC, Marcio de Souza, destacou que a promoção desse seminário das comunidades indígenas Xogleng, visa tentar extrair as necessidades e carências mais imediatas dessa população, no que tange uma educação voltada às características e especificidades dos povos indígenas. “Importante salientar a precariedade da escola local, que está abandonada pelo estado. Outro ponto é a implementação do currículo específico, conforme as leis 10639/03 e 11645/08”, explicou.
Ao final do evento todos se reuniram em grupos para finalizar a Carta/Documento oficial do encontro, nela constam os principais problemas enfrentados na comunidade e suas reivindicações.