SINTE/SC realiza Seminário e reunião do Coletivo de Mulheres Antonieta de Barros

Fundado pelo SINTE/SC em 22 de agosto de 2018, o Coletivo Estadual de Mulheres Antonieta de Barros, ligado à Secretaria de Políticas Sociais e de Gênero, que tem como secretária a Profª Sandra Tolfo, vem desenvolvendo um trabalho de conscientização e informação junto a categoria do magistério, sobre os direitos das mulheres, o machismo e principalmente fomentando a luta contra a violência, que infelizmente, tem alcançado níveis alarmantes no Brasil, com altos índices de feminicídio.

Para discutir os temas e traçar metas de atuação, o Coletivo se reuniu no último dia 25/04, na Sede do SINTE Estadual, em Florianópolis, quando participaram mulheres representando várias regionais da entidade.

Na mesa de abertura a Secretária da pasta Sandra Tolfo disse que as nossas lutas, as nossas pautas, sempre são tratadas como minoritárias, assim como acontece com os negros, indígenas e LGBTIs, mas que não vamos mais aceitar morrer de cabeça baixa, não continuaremos na política de forma secundária. Ela também agradeceu a todas/os que ajudaram na organização do evento e destacou que a diretoria executiva da entidade como um todo, está sempre empenhada em garantir que as atividades do Coletivo de Mulheres aconteçam.

O Seminário iniciou com o tema Mulheres indígenas e educação, com a Profª Iara Campolim, que falou sobre a resistência da mulher Kaingang, que as mulheres indígenas são colocadas à margem da luta, de forma secundária e muitas vezes por isso acabam se negando a lutar pelo reconhecimento de seu protagonismo, que se apresenta muito na saúde e educação indígena, mas que não aparece nos registros históricos. Iara apresentou o documentário “Territorialidade Kaingang: O papel da mulher Kaingang, memória, história e resistência do Toldo Chimbangue, que conta a história da Dona Fen'no.

Para falar sobre Mulheres negras e educação o evento contou com a participação da Profª Jeruse Romão. Ela falou que o racismo sofrido pelas mulheres negras e indígenas traz com ele a categoria da invisibilidade, da negação da existência do corpo e dos conteúdos que aquele corpo traz, bem como, a negação da violência que esses corpos sofrem. Ela lembrou que mesmo o magistério sendo uma categoria de mulheres, ainda assim “sofremos opressões entre nós”, e que quando precisamos liderar, quem lidera são os homens e solicitou ao SINTE que instrua as professoras juridicamente sobre racismo, machismo e violência na escola.

Sobre LGBTs e educação a palestrante foi Carla Ayres, ela disse que discutir gênero nas escolas também é uma forma de identificar situações de abusos sexuais sofridos por meninas e meninos dentro de casa, que presenciaram ou presenciam violência contra mães, avós, tias, e que passam a denunciar os casos frente a reflexão feita na escola. Entretanto, as políticas atuais invertem esse papel, porque não interessa ao capitalismo, pois se a discussão sobre diversidade sexual, gênero, não mexesse nas estruturas do capitalismo, eles não estariam tão apreensivos com estas pautas. Querem garantir a continuidade da estrutura patriarcal, a qual se sustenta na ideia de que mulheres usam rosa, tem que ficar em casa e são servas de seus maridos.

A Violência contra a Mulher foi abordada pela PM Sgt Rosa e Sd Carlos que atuam na Rede Catarina, que é um programa de apoio, orientação e fiscalização das medidas protetivas das mulheres vítimas de violência. De acordo com a SGT estão atualmente atendendo 149 vítimas, apenas na região que abrange do Sul da Ilha ao centro da Capital, um número alarmante. Os PMs distribuíram materiais de orientação sobre violência contra a mulher, bem como, os contatos para denúncias.

Após as palestras o coletivo realizou sua reunião, dela saíram os seguintes encaminhamentos:

•             Organizar/criar os coletivos regionais até setembro;

•             Buscar junto à Secretaria de formação do Sinte a inclusão do debate de gênero e étnico-racial no curso de formação sindical ofertado pela entidade;

•             Buscar junto ao nosso departamento jurídico orientação sobre os direitos dos LGBTs e fazer chegar na comunidade escolar tal orientação;

•             Instruir juridicamente as trabalhadoras e os trabalhadores do magistério como proceder em casos de machismo/misoginia, racismo e LGBTfobia;

•             Buscar a paridade eleitoral dentro do SINTE;

•             Buscar desconstruir o eurocentrismo na maneira como nossos encontros são organizados;

•             Auxiliar na organizar e participar na Marcha das Margaridas;

•             Aproveitar as professoras do coletivo para fazerem palestras e apresentações culturais/místicas nas atividades do coletivo;

•             Buscar a alternância de lideranças dentro do Sindicato e do Coletivo;

•             Participar do Coletivo do 8M SC como representante do SINTE com o objetivo de fortalecer o Coletivo Antonieta de Barros e o próprio 8M;

•             Criar um calendário para discussão com as professoras; (Sendo que a proposta inicial de calendário será: 08 de março – Dia Internacional da Mulher, 25/07 – Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, 25/11 – Dia internacional de combate à violência contra as mulheres);

•             Criar um selo “Escola sem Machismo” para ser entregue as escolas que desenvolverem projetos para discutir/combater o machismo e as diferenças entre os gêneros;

•             Realizar anualmente o Seminário de Mulheres

Para os coletivos regionais:

•             Realizar uma oficina de batucada com a Marcha Mundial das Mulheres;

•             Organizar/apoiar/auxiliar na realização de palestras em escolas com profissionais capacitados para tratar da saúde e segurança da mulher;

•             Assembleias com estudantes para debates sobre gênero;

Confira o ÁLBUM DE FOTOS

DIGA NÃO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER! DENUNCIE! LIGUE 180 OU 190

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