
Viemos assistindo horrorizados pelas redes sociais os atos de barbárie realizados pela policia do Paraná, sitiando os profissionais da educação que estão em greve.
É uma cena que se repete, pois já aconteceu há 27 anos quando uma manifestação dos professores do estado do Paraná foi violentamente reprimida pelo então governador e hoje senador Álvaro Dias, que pertence ao mesmo partido do atual governador Beto Richa.
Os atos do governo atual mostram muita semelhança e pouca diferença entre hoje e 1988. A semelhança é que o partido é o mesmo, a violência é a mesma e a estratégia também. A diferença é que em 1988 o número de professores/as feridos/as foram pouco mais de uma dezena. Agora, são mais de uma centena de manifestantes atingidos por disparos e agredidos pelos PMs, com mais de 40 feridos/as nos confrontos já encaminhados para hospitais muitos deles/as com gravidade e segundo fontes o número de pessoas atendidas pela guarda Municipal passa de uma centena, inclusive com pessoas em estado grave na UTI.
Como podemos ver, o apadrinhado político de Álvaro Dias se mostrou a altura de seu mentor, aprendeu direitinho as lições do mestre e aumentou o nível de violência e crueldade em seus atos.
Para quem, como o governador, usou o direito a livre manifestação e saiu às ruas nos protestos ocorridos nos dias 15 de março e 12 de abril – um direito conquistado depois de muitos anos de luta pelo estabelecimento da democracia no país – a forma como o mesmo vem agindo ignorando o preceito constitucional de livre manifestação é uma clara afronta ao estado democrático de direito.
O que estamos vendo é que Beto Richa usa de forma descarada dois pesos e duas medidas na aplicação da lei, ou seja, age de acordo com a política de Maquiavel. “Aos meus amigos os favores da lei, aos meus inimigos os rigores da lei”. Sendo assim, ele deve ser responsabilizado administrativamente e criminalmente por seus atos.
Seu desrespeito para com a educação é tão grande que chegou a afirmar em entrevista que a polícia não deve ter curso superior, pois se for bem escolarizada fica difícil fazer com que obedeçam cegamente as ordens superiores. O que podemos deduzir é que para o governo do Paraná a boa educação deve ser apenas para a elite e não para o povo. Assim, fica fácil entender a forma como vem tratando os/as professores/as.
O SINTE/SC repudia veementemente o comportamento do governador Beto Richa e é contra qualquer tipo de violência contra os/as trabalhadores/as do Estado do Paraná. A eles, o nosso respeito, apoio e solidariedade.