20 DE NOVEMBRO É O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Dia da Consciência Negra 2013

 

Foi nesta data, no ano de 1695, que foi assassinado Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos eram a resistência ao sistema escravista e representavam uma forma de manutenção da cultura africana. Em 2003 o projeto lei número 10.639, instituía a data de 20 de novembro como o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

 

Zumbi dos Palmares representou a luta do povo negro contra a escravidão e simboliza nos dias atuais a luta contra o racismo.

 

O mesmo racismo que submete aos negros os piores indicadores sociais. De acordo com os dados do DIEESE, no biênio de 2011-212, O mercado de trabalho é ocupado 48,2% por negros. Contudo, independente de sua escolaridade, do setor em que atuam, os negros ganham 36,11% menos do que os não.  Observa-se também na pesquisa é que quanto maior o nível de escolaridade e cargo que o negro ocupa maior a desigualdade de salário em relação aos não negros. O mesmo corre no setor de comércio cuja diferença de rendimento é de 19,7% para aqueles que possuem ensino fundamental incompleto e de 39,1% para aqueles que possuem superior completo.

 

Na construção civil, setor onde predomina a força de trabalho do negro, a diferença de remuneração variou de 15,6% para os que possuíam ensino fundamental incompleto e 24,4% para os que possuíam ensino superior completo. Ainda, segundo pesquisas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que 16,2 milhões de brasileiros, 8,5% da população, estão em situação de extrema pobreza, vivendo com renda per capita de até R$ 70,00/mês.

 

Desse total, 70,8% são afrodescendentes e 50% têm, no máximo, 19 anos de idade, na sua maioria mulheres (IBGE-2010). Negras são as que ganham os piores salários (chegam a receber 50% a menos que homens brancos na mesma função) e encontram-se nos trabalhos mais precarizados e vulneráveis. Dos 7,2 milhões que exerciam trabalho doméstico, em 2009 (IPEA), 93% são mulheres. Dentro deste grupo, 61,6% negras.

 

As mulheres negras também estão nos serviços públicos, no setor de serviços e na educação pública principalmente nos anos iniciais. E, não é por acaso que os salários desta categoria são os mais baixos, como também o que tem menos tem direito. As mulheres e jovens negras também são a maioria nos estágios temporários, telemarketings e empresas terceirizadas, mas são as que menos estão presentes dentro das salas de aula das universidades públicas.

 

A presença das mulheres negras em postos de trabalho menos especializados, subempregos sem carteira assinada e nas terceirizações, expressa as desigualdades raciais presentes na sociedade brasileira, abismo que se aprofunda ainda mais quando combinados com os efeitos do machismo e da exploração.

 

Lamentavelmente, ainda persiste o extermínio da população negra; a criminalização do povo da periferia; as remoções causadas pelos “megaeventos” como a Copa de 2014 e Olimpíadas em 2016; a perseguição às lideranças comunitárias, quilombolas, camponesas, ambientalistas e indígenas; o aumento da repressão aos que lutam; a precariedade dos serviços públicos básicos como educação, saúde, moradia e mobilidade social. Em contrapartida a todo esse quadro de calamidade, os governos têm gastos exorbitantes com a Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 e multiplicam os investimentos nessas obras que passaram de 1, 5 bilhões de reais para fabulosos 45 bilhões de reais.

 

Diferentemente do que tenta a burguesia brasileira, mostrar o Brasil como um paraíso racial, os números mostram o contrário. Por isso, ainda há muito que fazer.  No X CONGRESSO DO SNTE/SC estaremos debatendo e elaborando políticas de combate ao machismo, à homofobia e fundamentalmente contra o racismo. Convidamos você a fazer parte deste debate.

 

Viva Zumbi! Viva Dandara! Viva Maria Felipa! Viva Acotirene! Viva Mahin!

Viva para todos e todas que honraram a herança dos Palmarinos.

Salve a luta do povo negro até a sociedade sem racismo!

 

 

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