20 DE NOVEMBRO – DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Após 35 anos de sistemáticas, lutas nas ruas de Florianópolis e, de várias cidades de Santa Catarina, contra o Racismo, renovamos nossas convicções e apostas no enfrentamento, deste flagelo e de suas consequências injustas e desumanas.

Ocupamos os espaços públicos, ainda, durante o período da ditadura militar. Nossas reivindicações e Movimento, foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional, éramos considerados subversivos. Daquele tempo até os dias atuais, nossa pauta denúncia , na sua essência, pouco foi alterada.

Considerando que o Racismo estrutural, que regula as relações sociais, no Brasil, ainda são determinadas pela cor da pele; as oportunidades de trabalho, nos melhores postos, da mesma forma são definidas; as oportunidades de melhores lugares para morar e estudar; seguem os mesmos critérios; o olhar mortífero das polícias, bem como as intimidações, ainda são determinadas pela racialidade: o negro continua ser suspeito e, recebe as balas perdidas.

Assim, se olharmos os indicadores sociais e econômicos, veremos que os negros e negras, estão na parte de baixo da pirâmide Social. Nossas investidas para alterar estas realidades, permitiram construir algumas alternativas Governamentais, que ao longo da história poderão criar condições objetivas, para o melhoramento da vida dos negros e negras deste país.

Leis foram feitas, mas precisam ser efetivadas, para a geração de direitos e proteções aos afrodescendentes, pois o enraizamento do racismo na sociedade brasileira e, nas suas instituições, impede a adoção de um tratamento ético sobre as relações étnico/raciais, no Brasil. Por ignorância ou por má fé, manobras são aplicadas para adiar a aplicação das leis. Simultaneamente, a violência racial, em pleno século XXI, retorna aos noticiários, sem pudor e, o Estado brasileiro pouco responde a estes ataques aos direitos essenciais das pessoas negras.

Os crimes raciais em Santa Catarina se repetem quase banalizados, como só mais um. Portanto, nesta data consagrada a memória, de Zumbi de Palmares, líder libertador, assassinado em 20 de Novembro de 1695, na Serra da Barriga, voltamos às ruas para dizer que sua luta, que é nossa luta, não se esgotou, em defesa da vida digna e, estamos a cada dia mais determinados para levar adiante suas ideias de liberdade.

Este ano dedicamos o 20 de novembro aos homens e mulheres assassinados por racismo, preconceito e discriminações, bem como aos migrantes de todas as partes do mundo, que se socorrem no Brasil, terra de Zumbi – Pessoas livres. AXÉ

Caravana Antirracismo

 

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